segunda-feira, 28 de maio de 2012

Sapatilhas de ponta

nike arc angel - novidade no Mundo!




Sapatilha de Ponta :
Vamos criar uma discussão entre bailarinas sobre "Tudo o que sempre quisemos saber sobre a sapatilha de Ponta"? Quero contar com a colaboração de todas vocês com colocações e perguntas que podem ser resposdidas por mim ou por qualquer uma de nós, ok?


Nesta primeira postagem quero falar um pouco sobre "a hora certa de usar a sapatilha de pontas".
Eu acredito que o professor deve avaliar caso a caso as alunas antes de encaminhá-las para compra de sua primeira ponta. Algumas regrinhas são importantes ferramentas que podemos usar nessa avaliação.
- idade mínima: 11 anos completos
- tempo mínimo de ballet: 5 anos de ballet para alunas crianças; 1 ano de ballet para alunas adultas.
- requisitos técnicos: a aluna deve ser capaz de subir e sustentar sua meia-ponta alta; deve conseguir sustentar seu en dehors em 1a e 5a posição.
- requisitos físicos: todos os físicos podem dançar e subir na ponta. Cabe ao professor orientar algumas pessoas sobre possíveis problemas, caso a caso e cabe a essas alunas (se adultas) ou à mãe delas (se crianças) decidir se deve ou não dançar nas pontas. São alguns desses casos: pessoas com joanete; pessoas com hérnia de disco, lordose ou outros problemas de coluna; pessoas com unha encravada persistente, pessoas com osteoporose ou idade avançada e por fim pessoas com sobrepeso.
Quero lembrar e reforçar que o ballet clássico e o uso de pontas se bem direcionado não causa esses problemas, e sim, se  a pessoa já os tem, podem ser agravados com o uso dessa técnica. Professora, pais e alunas devem conversar e avaliar cada caso!
Ballet clássico é uma arte e o uso de sapatilhas de pontas no ballet data de 1832*. Desde então muito foi desenvolvido no que se refere a tecnologia dos sapatos, a técnica do ballet, bem como o próprio corpo humano evoluiu e mudou.
Veja esta obra de Edgar Degas, datada de 1872 em Paris. Veja a diferença estética.


Edgar Degas
Dance Class at the Opéra 

1872; detail; Musée d'Orsay, Paris


















O que pode acontecer afinal se eu colocar as pontas antes do tempo?
Segundo Wanda Bambirra em seu livro "Dançar e Sonhar - a didática do ballet infantil", (...) "é anti-profissional exigir que uma criança com menos de 11 anos faça esforços como ficar na ponta dos pés. Esse equilíbrio só vai sendo adquirido com desenvolvimento, compatível ou resultante de um grau de mielinização aja adiantado. Mielinização é a deposição de mielina nas fibras nervosas, ou seja, quando um bebê nasce , ele tem reflexos nervosos, claro, mas não tem coordenação motora. Esta mielinização só se completa na puberdade, dos 10 aos 12 anos para meninas e de 14 aos 16 anos para meninos. (...)
O sustentar sobre as pontas não é somente uma evolução técnica, mas também uma adaptação do corpo a uma nova forma de equilíbrio, com a fortificação de ossos, tendões, ligamentos e músculos.


Para tanto, alguns exercícios são indicados para fortificar e preparar o corpo para o uso das pontas." Wanda Bambirra considera ainda que se uma pessoa iniciar na ponta sem antes ter sua qualidade técnica e idade adequada poderá no futuro sofrer lesões e deformações que ao contrário de torná-las bailarinas, acabam finalmente impedindo-as de dançar quando orientadas por maus profissionais, é claro.
Chegou a hora! Estou nas pontas! Você estudou, trabalhou duro, esperou e finalmente sua professora deixou você colocar a ponta. Parabéns!
Agora surgem muitas dúvidas, entre elas, como costurar a fita e o elástico, como amarrar a fita, como escolher a ponteira, a marca e o modelo da sapatilha ideal. Na próxima postagem quer falar sobre essas dúvidas todas.
Por enquanto quero focar numa dúvida técnica: como melhorar minha performance na Ponta? 

Eu aconselho minhas alunas a fazerem uma série de exercícios em casa, descalças, todos os dias, ou ao menos 3 vezes por semana. São exercícios complementares às aulas de ballet que você já faz.



Qual a marca e o modelo de sapatilha de ponta ideal para cada pé?




Cada bailarina tem sua preferida; muitas demoram anos para encontrar sua ponta ideal, outras mudam sua preferência com o passar do tempo... Se você mudar a sua ponteira talvez sinta necessidade de mudar a sapatilha também. Existe a ponta melhor de todas? Quero que vocês opinem e digam qual sua ponta atual!

Vou citar aqui as principais marcas e modelos com as especificações dos fabricantes:


Milleniun
São em geral pontas muito confortáveis e estáveis. São ótimas para trabalhar os pés nas aulas de ponta. Porém, não são tão bonitas para palco. Ter uma dessas na bolsa vai ser bem útil no dia a dia.


Sapatilha de ponta
VAGANOVA: Gáspea normal (Medium vamp)
A sapatilha para todo tipo de pé, preferida dos profissionais em busca de alta qualidade técnica e beleza de linhas. Tecido: cetim.
BALANCE: Gáspea alta (High vamp)
A sapatilha especial para bailarina com grande peito de pé. Tecido: cetim.
PRELÚDIO: Gáspea normal (Mediurn vamp)
Apresenta as mesmas características de "Technique”, porém sua forma e corte são diferentes.
ADÁGIO: Gáspea alta (High varnp)
Sua finalidade é a mesma da "Balance”, porém com fôrma e cortes distintos. Tecido: cetim
SYLPHIDE: Gáspea normal (Medium vamp)
Uma sapatilha mais flexível que a Adágio, indicada para ballets que exigem mais leveza no dançar. Tecido: cetim.
YOUNG: A mais jovem e moderna sapatilha. Design avançado, com força e leveza para profissionais e alunas. Aprovada pelos grandes solistas e bailarinas do Teatro Municipal do Rio de Janeiro. Tecido: cetim
YOUNG PLUS: Gáspea Normal. Sapatilhas de ponta flexível, com fôrma larga. Tecido: cetim.
Alta qualidade, leveza de linha. Preferida dos profissionais para palco.
STANDARD: Gáspea normal. Sapatilha flexível, indicada para principiantes.
CHESINI: Sapatilha bem mole para iniciantes, mais mole que a Standart.
TECNIC: Sapatilha larga, dura, com gaspea baixa, para quem tem pouco colo de pé e bastante força.
maiores informações em:www.sapatilhasmillenium.com.br/textoprodutos.htm


Só Dança:
São sapatilhas bonitas, bem acabadas, em geral confortáveis, mas possuem um custo mais elevado que a Capezio e a Milleniun. É usada em grandes escolas particulares, como por exemplo o ballet Paula Castro (daqui de São Paulo). É usada pela famosa bailarina Cecilia Kershe, do teatro municipal do Rio de Janeiro. Algumas de minhas alunas não abrem mão desta marca!


As sapatilhas Prima. Grisi e Fanny constituem a família de sapatilhas de ponta para iniciantes. Começando com a Prima, uma pré-ponta ou sapatilha soft, usada para acostumar a aluna ao box, depois vem a Grisi, muito mole, para exercícios de barra e então a Fanny, que possibilita também o trabalho de centro para iniciantes.
A Grand Pas, Nikiya e Pas D'Action são sapatilhas com tecnologia pre-arco (que facilita o processo de adaptação à palmilha e o trabalho dos pés), em geral, essas sapatilhas se adptam as pés mais largos.
Natasha e Anne são sapatilhas mais estreitas e delicadas, apresentando box e calcanhar mais finos e laterais mais baixas. Estas duas sapatilhas podem ser encomendadas personalizando altura da gáspea, lateral e traseira.
Claudia e Toshie são sapatilhas com desing em V e elástico roliço, que valorizam o colo de pé e garantem equilibrio por meio de gaspeas e asas mais longas, facilintando o subir e descer da ponta e proporcionando um melhor eixo. Desenvolvidas para bailarinas intermediárias, avançadas ou profissionais.
Maiores informações em: http://www.sodanca.com/


Capezio: é a principal marca, mais antiga e mais usada por esse mundo afora. Alguns modelos têm excelente qualidade, já outros deixam a desejar. São as mais baratas do mercado e oferecem um excelente custo-benefício. São bonitas para palco e alguns modelos ótimos para trabalho em aula.
Quem usa: escola municipal de bailados de São Paulo, Especial academia (São Paulo) e São Paulo Cia de dança com Fernanda Manuel e Priscilla Yokoi são alguns exemplos.


Fouetté: Forma Média, Gaspea Normal com formato em "V", Palmilha Reforçada, Cordão de Ajuste na Lateral, Indicada para Intermediarias, Avançadas e Profissionais.
Partner: Forma Média, Gaspea Normal, Palmilha Flexivel, Sola Costurada, Indicada para Avançadas.
 Partner Mushilan: Forma Média, Gaspea Alta, Palmilha ¾, Biqueira Quadrada, Sola ¾ Costurada, Indicada para Avançadas.
Partner Box: Forma Media, Gaspea Normal, Palmilha Curvada, com Material Desenvolvido Especialmente com Função Termo Moldante, Sola Costurada, Indicada para Avançadas e Intermediarias.
Giselle: Forma Media, Gaspea Normal, Palmilha Reforcada, Indicada para Profissionais.
Contempora I: Forma Média, Gaspea Normal, Palmilha Normal, Indicada para Intermediárias e Avançadas.
Contempora II: Forma Media, Gaspea Normal, Biqueira Quadrada em Couro, Indicada para Intermediarias e Avançadas.
Partner Estudante: Forma Media, Gaspea Normal, Palmilha Flexível, Biqueira Quadrada em Couro, Sola Costurada, Indicada para Iniciantes.
Cerrito Estudante: Forma Media, Gaspea Normal, Palmilha Flexível, Biqueira Quadrada em Couro, Indicada para Iniciantes.
* todas as pontas poderão ser encomendadas com palmilha normal, reforçada ou super reforçada; ou seja para quem tem pouca força = palmilha normal;  muito colo de pé = palmilha reforçada e muito colo com muita força = palmilha super reforçada.
Maiores informações http://www.capezio.com.br/


Gaynor Minden: são o sonho das bailarinas. Caras, importadas, feitas sob medida, lindas e confortáveis. São geralmente usadas por bailarinas avançadas, de escolas particulares e com dinheiro para comprar. São ideais para palco pois facilitam a subida na ponta e também a estabilidade. Por isso mesmo não são recomendadas para as aulas, pois com a facilidade o pé não trabalharia a força adequadamente. Tenho minhas dúvidas sobre isso. Veja o que diz o representante no Brasil:


Gaynor Minden é fabricada com materiais de alta qualidade elastomerica oferecendo sapatilhas com solado e box inquebráveis. Diferente das demais pontas que são feitas de papelão ou madeira, as pontas da Gaynor Minden oferecem flexibilidade, excelente apoio e conforto para seus pés com a vantagem de durar de 3 a 6 vezes mais que as outras marcas. Pronta para usar: Devido à flexibilidade e macies, as pontas da Gaynor não precisam ser quebradas. O solado dessas pontas é fabricado com uma curvatura que seguem o arco de seus pés, mas se precisar de alguns ajustes você ainda tem a opção de ajusta-la com o uso de um secador de cabelos.
Podem ser encomendadas em 3 tamanhos do Box, 3 opções de largura, 3 opções de altura do Vamp (gáspea), 4 opções de altura para o calcanhar e 5 níveis de dureza.
Maiores informações emhttp://www.pontafirme.com.br/gaynor_html/index.htm 

Um comentário:

  1. Oii adorei a mensagem pois tenho 11 anos e entrei na ponta esse ano e tenho uma duvida... Eu estou na soft e a "ponta" da minha soft e meio circular ela nao e reta..... fica mais dificil pra subir ou e inpressao minha????

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